Carlos Henrique Araújo, mestre em sociologia e curador da Academia Brasileira de Política Conservadora.
Parte dos petistas atribui a intensa queda de popularidade do governo e do próprio Lula a meros problemas de comunicação e propaganda. Enfiam a cabeça na areia como avestruzes. Querem criar uma cortina de fumaça para fracassos evidentes e percebidos por todos, especialmente a inflação dos alimentos e o não cumprimento de promessas carregadas de inverdades, como a volta da picanha.
Não há Sidônio que conserte o que não tem solução. Visivelmente, temos um governo atrapalhado, sem projeto, esbanjador, que luta apenas para se manter no poder. Subserviente ao Judiciário e desprezado pelo Congresso, Lula segue acumulando falas equivocadas e absurdas, sem contar a imensa indiferença do povo.
Agora, chegamos ao auge das desculpas esfarrapadas. O publicitário ministro culpa o governo Bolsonaro pelo péssimo desempenho dos petistas no poder. Pasmem, esta é a quinta vez que governam. É, evidentemente, um argumento desgastado.
Eles não conseguem esquecer o passado e conduzem o país olhando pelo retrovisor. É uma mesquinharia desconcertante.
Em entrevista a O Globo, o marqueteiro diz com cinismo: “Quando o governo assumiu, faltou comunicar qual herança encontrou. Como estava a educação? E a saúde? De que maneira enfrentamos a pandemia de forma caótica? Estivemos diante de um país destruído, com muitos programas encerrados”. Não comunicaram sobre essa tal herança maldita porque é simplesmente mentira. Certamente, não colaria na opinião pública, segundo os jargões dos marqueteiros.
Na verdade, encontraram um país funcionando normalmente, com dinheiro em caixa, obras em andamento, superação da pandemia, estatais lucrativas e um importante programa de ajuda aos mais pobres. Não é crível, neste momento, acusar o governo passado pelas mazelas atuais dos petistas.
O mínimo que se espera é que assumam seus próprios problemas, causados por um governo confuso, gastador e distante do povo. Que resolvam ou se retirem de cena. Para os petistas, a culpa é sempre dos outros, nunca deles — são irresponsáveis.
O alívio é que 2026 está próximo e, se tudo ocorrer com honestidade e civilidade, essa gente estará definitivamente no lixo da história. Fica a lição de que poucas coisas podem ser resolvidas com marketing.