Carlos Henrique Araújo, mestre em sociologia e curador da Academia Brasileira de Política Conservadora.
George Orwell mostrou em sua distopia 1984 uma forma de vida que coincide com o que ocorre hoje no Brasil:
“O objetivo da Novafala não era somente fornecer um meio de expressão compatível com a visão de mundo e os hábitos mentais dos adeptos do Socing, mas também inviabilizar todas as outras formas de pensamento. A ideia era que, uma vez definitivamente adotada a Novafala e esquecida a Velhafala, um pensamento herege – isto é, um pensamento que divergisse dos princípios do Socing – fosse literalmente impensável, ao menos na medida em que pensamentos dependem de palavras para ser formulados. ”
Não é exagero dizer que universidades nacionais, escolas, filmes, séries e a grande imprensa são, na realidade, fábricas de censura às teorias e argumentos opostos ao comunismo e ao socialismo. São fontes irradiantes de propaganda esquerdista, da Novafala, que destrói implacavelmente qualquer tipo de oposição, por mais branda que seja. As palavras aceitas por esses funcionários da hegemonia moldam, covardemente, o espírito das novas gerações há pelo menos 60 anos.
Como dizia Olavo de Carvalho, não há uma só tese de doutorado ou dissertação de mestrado que seja antimarxista ou anticomunista. Essa gente conquistou, usando estratégia gramsciana, todos os aparelhos ideológicos do Estado. Chegaram até a inventar uma nova língua, como os pronomes neutros, algo patético, mas influente em nossa sociedade. Penetraram até na Igreja Católica por meio da heresia da teologia da libertação.
O crescimento da internet e das redes sociais desde os anos 2010 permitiu abalar, um pouco, a hegemonia criada, que submete cotidianamente jovens e crianças a discursos travestidos de ensinamentos. A internet rompeu a bolha, como se costuma dizer. Não é à toa que as redes sociais são alvos preferidos dos censores e autoritários de plantão. Querem controlar, sufocar, interferir e regulamentar, seja por meio do Congresso, mas, se não der, farão de forma explicitamente totalitária, passarão por cima do Congresso e farão a regulamentação no tapetão. Para eles, isso é uma questão vital. Sem uma internet controlada, amansada e domesticada, eles, as vozes do atraso, serão enfraquecidos e, quem sabe, superados por tempos com mais liberdade.