Escrito por 15:11 Brasil Conservador Views: 10

Livro essencial

Recomendamos com a devida e merecida ênfase a leitura atenta do livro Invasão Vertical dos Bárbaros, escrito em 1967 pelo filósofo Mário Ferreira dos Santos.

Carlos Henrique Araújo, mestre em sociologia e curador da Academia Brasileira de Política Conservadora.

Recomendamos com a devida e merecida ênfase a leitura atenta do livro Invasão Vertical dos Bárbaros, escrito em 1967 pelo filósofo Mário Ferreira dos Santos. Por meio desse profundo “panfleto”, há a denúncia da barbárie que penetra de forma vertical e corrosiva na cultura, no modo de ser, nos valores e hábitos dos ocidentais, diferentemente da invasão horizontal ocorrida no fim do Império Romano. O mundo está sendo dominado pela superficialidade e pelos prazeres pueris, invertendo e relativizando tudo que é bom, belo e verdadeiro.

Vejamos uma citação em que o filósofo disseca a exploração da sensualidade em nossos tempos; nesse trecho, ele é quase profético:

“Mas o que caracteriza neste período de invasão vertical dos bárbaros, que estamos vivendo, é uma exploração sem freios da sensualidade, que tem a seu favor a concupiscência do homem, e tem a estimulá-la certas facilidades de ordem moral, certos costumes introduzidos, e uma publicidade que tenta alcançar os últimos limites, contida apenas pela ação das autoridades políticas e sociais, pois se lhe deixassem caminho livre, não teríamos apenas strip-teases nas TVs, mas até nas escolas, e seriam exibidos nos horários infantis filmes licenciosos, pejados de obscenidades extremas, com requinte de pormenores, que fariam o gozo e a glória de seus produtores, de seus intérpretes, de seus cenaristas, etc.”

Não há como negar que essa exploração sem freios da sensualidade chegou às escolas, aos horários infantis e aos ambientes acadêmicos. Estamos claramente em um processo avançado de invasão vertical dos bárbaros, como descreveu e previu Mário Ferreira dos Santos, contando com a crescente licenciosidade das autoridades. Essa é uma realidade inegável, com abundantes exemplos que a corroboram.

Mário também enxergou com clareza solar o ateísmo como parte fundamental da invasão dos bárbaros e sua consequente tentativa de destruição dos fundamentos da civilização:

“Anunciou-se a morte de Deus com ênfase, o fim da religião como algo próximo. Mas, ao mesmo tempo, as mais espantosas conversões abalavam o mundo. No campo da ciência hoje não se conhece nenhum grande sábio, realmente grande, que seja ateu. Alguns podem ser bafejados pela publicidade. Aliás, essa está sempre pronta para incensar as mediocridades. Mas quem conhece e pode aquilatar os verdadeiros valores sabe perfeitamente que o campo do ateísmo perde constantemente os melhores elementos, e só aumenta o número de mediocridades. ”

O livro de Santos não passou ileso às ferozes críticas, quase todas motivadas mais pela bílis do que pela razão. Ele responde um a um os principais juízos que fizeram de suas reflexões. Um filósofo em pleno exercício da sua “profissão” é o que pode ser admirado em Invasão Vertical dos Bárbaros.

Encerramos este breve texto recomendando novamente a leitura sobre a destruição violenta dos nossos valores, que se estende até os dias de hoje, intensificada cada vez mais. Vamos a mais uma citação essencial:

“Ora, o que combatemos neste livro, desde o primeiro capítulo, foram precisamente os desvios que se dão para a animalidade em detrimento da nossa parte mais intelectual e sapiencial, em detrimento da nossa pátria espiritual. Nós não negamos nem queremos combater a valorização do terrestre; o que não queremos nem podemos admitir, e consideramos bárbaro, é que se destrua o espiritual e o intelectual para valorizar apenas o terrestre (…). ”

Visited 10 times, 1 visit(s) today
Fechar