Carlos Henrique Araújo, mestre em sociologia e curador da Academia da Direita.
Segundo o MapBiomas, 30 milhões de hectares do Brasil, abrangendo todos os biomas, foram destruídos por queimadas em 2024. Trata-se da maior área atingida em quatro décadas. A média histórica é de 18,5 milhões de hectares, ou seja, 62% a mais que a média.
Agora, em tempos de Marinas, ONGs e celebridades defensoras da natureza, deve-se aceitar o dado — 30 milhões de hectares consumidos pelo fogo — como mero resultado das mudanças climáticas ou do aquecimento global (termo já fora de moda). Travestidas de termos técnicos, essas explicações são, na verdade, velhas estratégias de transferir a culpa das próprias incompetências para algo abstrato e intangível. Antes, por mais ridículo que pareça, tudo era culpa do Bolsonaro; agora, não é de ninguém — é da natureza, da seca ou da chuva.
Não surpreende. Esses fanáticos ecológicos, adoradores de Gaia, sempre agem de forma a-científica, escatológica e com o objetivo de gerar medo e criar mitologias de bom-mocismo entre seus adeptos e simpatizantes. É evidente a estratégia de conquistar seguidores jogando com as emoções (a bondade de querer salvar a natureza) e com a introdução de explicações fartas, tipicamente anticientíficas, incoerentes, provisórias e alarmistas, para provocar ainda mais emoções que levem à adesão ao movimento e à adoração da mãe terra.
Na magistral obra O Império Ecológico, Pascal Bernardin, na página 182 da edição brasileira, observa esse caráter de seita nos movimentos ecológicos: “Como sempre, provocam-se medos irracionais, que servirão à imposição de decisões infundadas. Seus custos econômicos, assaz consideráveis, não são nunca comparados aos benefícios mínimos que eles acarretam. Ora, é preciso lembrar que a expectativa de vida cresce com o nível de vida. Empobrecer as pessoas é apressar sua morte.”
Na mosca! Esses movimentos pregam o desaceleramento do progresso e a geração de pobreza: possuem uma mentalidade anticapitalista.
Um exemplo inegável desses elementos perniciosos da seita ecológica é o travamento do desenvolvimento econômico da Amazônia, tentando proibir — e, por vezes, proibindo — a construção de infraestrutura logística, energética, de comunicações, além de dificultar ao máximo a exploração de petróleo e de minerais diversos. Isso resulta em um imenso prejuízo pela não exploração das riquezas e no paulatino empobrecimento dos quase 28 milhões de habitantes da Amazônia Legal.
Pasmem! O território corresponde a quase 60% de todo o Brasil e engloba 808 municípios dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão. Na região, há mais assistidos por programas sociais do que pessoas com carteira de trabalho assinada.
No país da COP 30, as queimadas seguem soltas. Ingênuo foi quem pensou que seria diferente com Marina Silva, que já superou todos os seus próprios recordes negativos. O Brasil ardeu mais nos anos Lula/Marina do que em qualquer outra era.